segunda-feira, 21 de maio de 2012

Andar entre Livros

Andar entre livros, de Tereza Colomer, é uma obra que traz considerações importantes acerca da leitura literária na escola.
Pergunta-se: "Como articular a formação de leitores de literatura na escola?"
A autora propõe alguns objetivos a serem alcançados, denominados “Tarefas da Educação Literária”. São eles:
1. Do domínio incipiente das habilidades leitoras ao seu total domínio.
- O aluno precisa sair da escola dominando as estratégias leitoras, para que possa compreender o que ler.
2. Do conhecimento implícito das conversações ao conhecimento explícito.
- compreender desde o que é um personagem até conhecer o universo literário – obras, gêneros, escritores; porque gosta daquele escritor, o que lhe chama à atenção em suas obras...
3. Da apreciação de um corpus restrito de literatura a outro mais amplo.
4. De formas limitadas a formas diversas.
- apreciação de diversas formas literárias, da prosa à poesia.
5. Da interpretação literal à mais complexa.
- se aprofundar nos significados, avançando...
6. Da recepção descontextualizada ao uso da contextualização.
- compreender o momento, o que acontecia naquela época.
7. Sobre sentir a literatura como algo longínquo a sentir-se nela implicado.
- se sentir parte da história!

A autora:
Teresa Colomer

É professora de Didática da Língua e da Literatura na Universidade Autônoma de Barcelona. Em 1990, recebeu o Prêmio de Pedagogia Rosa Sensat pela obra escrita em parceria com Anna Camps, Ensinar a ler, ensinar a compreender. Coordenou e publicou diversos títulos sobre o ensino de leitura e literatura. Criadora e coordenadora do primeiro curso de pós-graduação na área de Bibliotecas Escolares na Espanha. Colabora regularmente com revistas educativas e de literatura para crianças e jovens.

domingo, 6 de maio de 2012

O Livro Ilustrado



A Literatura contemporânea traz para nós a articulação do texto com a imagem. Hoje é importante não apenas ler a leitura, porém, também ler a imagem.
O livro ilustrado é diferente do livro com ilustração, do livro primeiras letras, do livro pou-up, de livros brinquedo e das histórias em quadrinhos.
No livro ilustrado a imagem é predominante em relação ao texto podendo, muitas vezes, substituí-lo. Existem narrativas que só podem ser compreendidas através da imagem, pois o cenário é bastante complexo. Diante disso a imagem é fundamental para a compreensão leitora da criança, pois ajuda a ampliá-la. É necessário, portanto, que haja articulação entre texto e imagem, pois esta pode acrescentar ou retirar o significado da leitura.
Alguns livros ilustrados:

Flicts - Ziraldo
"Não tinha a força do Vermelho
não tinha a imensidão do Amarelo
nem a paz que tem o Azul
Era apenas o fragil e feio e aflito Flicts"

Editado pela primeira vez em 1969, conta a história de uma cor procurando o seu lugar no mundo - Flicts, solitária e rejeitada pelas tonalidades espalhadas por todo canto do mundo. Nas páginas de Flicts, os olhos da criança passeiam por linhas, cores e um texto poético e sublime que deu a Ziraldo passe livre para escrever para crianças. Chega a dar pena do pobre Flicts, em busca de um local para se instalar, de um amigo, de um suporte para espalhar seu tom. Durante esta procura, ele revela ao leitor que o mundo é feito basicamente de cores, e que elas todas possuem um coração, revelam sentimentos e emoções. Por mais diferente que se sinta, o raro Flicts vai encontrar seu lugar. Ainda que seja bem distante do mundo das cores mais conhecidas, mas não mais belas do que ele.
O livro foi traduzido para diversos idiomas e encontra-se disponível no site http://www.slideshare.net/IaraCrissiumal/ziraldo-flicts-ilustrado


Onde vivem os monstros - Maurice Sendak
 
"Na noite em que Max vestiu o seu fato de lobo e começou a fazer travessuras a torto e a direito, a mãe chamou-lhe: - MONSTRO!
E Max respondeu-lhe: - VOU-TE COMER!
Então ela mandou-o para a cama sem jantar.
Naquela mesma noite, no quarto de Max surgiu uma floresta que cresceu..."

Castigado por causa das suas travessuras, sendo mandado para o quarto sem jantar, Max inicia uma viagem simbólica que o leva até um lugar fantástico. Depois de se tornar o rei de uns monstros tão ferozes como insinuantes, regressa ao ponto de partida, onde o aguarda o jantar. Uma viagem de ida e volta, pelo tempo e pelo espaço, da realidade à ficção, sem que ninguém explique se essa viagem foi produto de um sonho ou de uma fantasia. 
Este livro foi publicado pela primeira vez em 1963. Nesta época provocou certa polêmica por conta do tratamento nada exemplar para com as crianças, mas tornou-se um clássico da literatura infantil e juvenil e um referente imprescindível do seu gênero. Foi eleito um dos melhores livros ilustrados; desde então foi traduzido em inúmeras línguas e tornou-se num dos títulos mais vendidos de sempre.